PJs do RS: 30 anos: Carta de Rui Antônio de Souza

“Ao final do caminho me dirão: - E tu, viveste? Amaste? E eu, sem dizer nada, abrirei o coração cheio de nomes” (D. Pedro Casaldáliga).

Este pensamento, do grande mestre Casaldáliga, diz muito do que significou viver a Pastoral da Juventude por alguns anos de minha vida. Olho para trás e vejo muitas ‘caras’ e rostos que deixaram marcas bonitas e, às vezes, profundas no meu modo de ser. Mas, não é só no olhar para trás. Também no olhar para o lado e no olhar para o horizonte. Quero dizer que, as mesmas ‘caras’, eu vejo, ao meu lado, nas lutas do presente por um mundo mais bonito no futuro. Lembro da Mana (Luciana Passinato), a convivência, as diferenças na PJ/RS, e a sua luta hoje, com as mulheres, a Via Campesina. Vou ficar só nela, como exemplo paradigmático, porque a lista é muito extensa.

Quando nos encontramos, os remanescentes do início dos anos 1990, costumamos brincar que foi “o melhor tempo”. Para nós foi mesmo. Vivemos um tempo de mudanças sociais e culturais profundas. Fui escolhido secretário liberado da PJ/RS (naquele tempo se falava assim) no final de 1991.

Lembro que 1992 foi o ano da “Campanha da Fraternidade: Juventude, caminho aberto”. Este lema, no princípio, soou estranho, quando as palavras anteriores eram “transformação”, “nova sociedade”, etc. Mas, logo percebemos as mudanças que estavam acontecendo. Deixava-se de falar em juventude, passava-se a falar em juventudes.

Em 1994, o Encontrão de Passo Fundo, “Nossa cara, nossa cultura”, estampava a necessidade de olharmos para os jovens em sua diversidade.

Encontrão de Passo Fundo

Foram mudanças e debates que vivenciamos profundamente nas reuniões da CRJ, nos encontros dos liberados e nos inúmeros encontros que tive o privilégio de participar em todos os cantos do RS, como em Jabuticaba, na compainha da Sandra Procópio (secretária nacional), Marcelo Pickersgil, Luciana Passinato, além do Chiquinho, Celso, Marcelo Araújo, Sandra Lopes... Que saudades!!!