sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Carta de Enedina Pierdona

30 anos de lembranças que ficam para sempre.

“Toda  mudança duradora exige tempo e esforço” (Robin Sharma) 

  Construir a história de 30 anos é reunir fatos, acontecimentos, datas, pessoas, lugares, caminhos, ... e depois escrever com sentimento o que ficou na trilha hoje do ontem que já se foi. A história das PJs no RS traz marcas que não se apagam tão facilmente, pois estão no coração de homens e mulheres presentes em toda a parte formando uma humanidade diferente.

São 5, 10,15, 20, 25, 30 anos com milhares de lembranças positivas, negativas, sonhos realizados e outros a se realizar. E foi pelos anos de 80 que iniciei minha história com  jovens no Instituto de Pastoral de Juventude, em Porto Alegre. Uma casa onde milhares de adolescentes se achegavam vindos dos grupos de base, das dioceses do Rio Grande do Sul para passar fins de semana fazendo cursos de liderança, formação política, retiros, teatro, vigílias, e, sobretudo encontrar-se consigo mesmo e com Deus através de belíssimas celebrações. E os assessores não ficavam atrás, acompanhavam os jovens para aprender a estar perto dessa gurizada sedenta de sempre querer mais. 

O grande objetivo do Instituto era formação de jovens e assessores/acompanhantes de jovens. Essa juventude voltava para suas dioceses cheia de entusiasmo com vontade de transformar a própria Igreja, a sociedade, o ambiente escolar, o ambiente de trabalho em um grande grupo de jovens. Era o fermento na massa transformando em realidade o sonho de ver mais jovens assumindo o seu protagonismo.


E os anos passavam e a PJ continuava presente através da PJE, PJ, PJMP, PJR  jovens que se identificavam  com seu meio de atuação e realidade de vida. Muitos desafios enfrentaram, muitos sonhos abalados, muitos jovens esmoreceram, muitos assessores abandoaram a causa, mas muitas conquistas foram celebradas.

E os anos passavam e a PJ continuava presente dando seu grito de mudança através de assembléias regionais, diocesanas, paroquiais fortalecendo cada vez mais a formação, a espiritualidade e a ação, propostas que incrementavam a caminhada e o sabor de ser Pejoteiro.

E os anos passavam e a PJ continuava celebrando de perto as liberações de jovens para os serviços das PJs,  em suas dioceses e arquidioceses. E foi uma grande conquista. A opção pelos pobres e pelos jovens em Puebla, foi  resposta  de como a Igreja olhava para a juventude/juventudes. E as liberações de jovens não foram tão fácil assim, foi conquista da teimosia da meninada como Igreja  jovem querendo ser presença na organização de suas comunidades, paróquias e dioceses.


E os anos passavam e a PJ fazia acontecer os festivais de juventudes celebrando o DNJ. As manifestações eram empolgantes em todo o Estado do Rio Grande do Sul. Encontrões estaduais de jovens, acampamentos, romarias, peregrinações, festivais de música e arte, vigílias, shows, baladas, tudo para uma tomada de consciência, celebrar a vida, festejar as conquistas e ser um eco para a humanidade de uma Igreja viva.  

E os anos passavam e a PJ continuava na formação de assessores através de encontros estaduais, diocesanos e encontros paroquiais para compreender melhor a metodologia de como trabalhar com os jovens, discutindo idéias, e cantar o mesmo hino, a mesma linguagem como acompanhante e amigo da gurizada.

E os anos passam e a PJ continua em cada jovem , em cada assessor/acompanhante de jovens que é capaz de despojar-se si mesmo para se encontrar no caminho onde milhares de jovens estão andando, parando, pedindo um ombro amigo para continuar a história que muitos já trilharam.



E aqui deixo uma reflexão para continuar a caminhada:

Um menino viajou para longe de casa para estudar com um grande mestre. Quando encontrou o velho sábio, a primeira pergunta que lhe fez foi: “Quanto tempo vai demorar até eu ficar tão sábio quanto o senhor?”
“A resposta veio rápido: Cinco anos.”
“É muito tempo, respondeu o garoto. E se eu me esforçar em dobro?”
“Nesse caso, vai demorar dez anos”, disse o mestre.
“Dez?! Mas isso é tempo demais. E se eu estudar todo dia até a alta madrugada?”
“Quinze anos”
“Não dá para entender, respondeu o garoto. Toda vez que eu prometo dedicar mais energia à minha meta, o senhor me diz que vai demorar mais tempo. Por quê?”
“a resposta é muito simples. Se você tiver um olho fixo no destino, só vai sobrar um para guiá-lo na viagem.
“Seja paciente e saiba que tudo o que você está procurando chegará com certeza se você se preparar para isso e esperar.

                       28 de setembro de 2011
Enedina Pierdona

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